Exagerada


Você me diz que eu sou exagerada. Que sou dramática. Que faço cena. Que repito mil vezes a mesma coisa.
E, sabe, você tem razão.
Eu sou, mesmo, uma pessoa de extremos.
Eu sou a personificação do exagero.

Por aqui, intensidade é a palavra de ordem.
Porque, sim, eu vivo – e sinto – sem moderação.
Eu não sei viver no morno, no médio, no razoável.
E, sim, eu me jogo. De cabeça. Porque, se for para cair, eu me quebro; mas, se não, eu voo.

exagerada

Você me diz que eu sou exagerada. Passional.
Me repreende porque eu desconheço limites e facilmente perco a linha.
E é tudo verdade. Eu não sei andar no meio-termo. Ou eu tô no céu, ou tô no inferno.
Ou eu tô saltitando de alegria, ou tô encolhidinha no fundo do poço.
Se eu rio, é escandalosamente. Se eu choro, é de soluçar.

Eu não tenho medida pras coisas. Nem mesmo pro sal da comida. Ou pra cervejinha no final do dia.
Eu exagero sempre. Eu exagero em tudo.
A música tem que ser alta, e as emoções têm que doer. Ou arder.
E, por isso, quando eu gosto, eu gosto de verdade. Muito.
E, olha, eu gosto de você.
De uma maneira que, para explicar, sou obrigada a te dar razão e parafrasear Cazuza, pois, jogada aos teus pés, eu sou mesmo muito exagerada.

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