Não seja moleque


man-540500_1920“Eu não sou moleque!”, um dia, durante uma briga, você me disse. Esse tipo de frase costuma ser de muito efeito em meio a uma discussão. O equivalente, “Eu não sou criança”, é praticamente um clássico.

Mas, permita-me te dizer a verdade, ainda que tardiamente. Você é, sim – e foi -, muito moleque.

Você foi moleque desde o dia em que me conheceu, quando ficou me exibindo para os seus amigos como um brinquedo novo.

Você foi moleque pra caralho quando assumiu compromissos que não pretendia cumprir – ou que, no mínimo, sabia que não iria fazê-lo.

Mas as suas molecagens não pararam por aí. Você praticou o molequismo dia após dia, quando repetidamente deixou de ser sincero, negando tudo o que estava muito mais que óbvio.

Você foi, sim, extremamente infantil também – ou principalmente? – quando fugiu, covardemente, largando a bagunça toda pra eu arrumar sozinha.

Mas, sabe, o que passou, passou. O importante mesmo é daqui pra frente. Não pra mim, obviamente. Neste caso, é pra você mesmo.

Mas, permita-me, por tudo isso (e mais um pouco), te dar um conselho. Ou uma dica. Chame do que quiser: não seja moleque.

Não seja mais moleque, pelo seu próprio bem. E pelo bem de quem vier a cruzar o teu caminho.

Porque, uma coisa eu te garanto: assim como eu não sou mais garota, a maioria das mulheres da minha idade que você conhecer também não será. Então, poupe-as. E poupe a si mesmo. Porque maturidade não é sinônimo de inconsequência, e deixar de ser moleque é muito mais do que ter barba na cara.

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