Eu não quero me encaixar


Por todos os lugares que passei, em todos os momentos que vivi, de alguma forma sempre me senti “um peixe fora d’água”. Aquela sensação incômoda de “eu não pertenço a isso”, ou de “o que eu estou fazendo aqui?”, sempre me acompanhou.

Esse sentimento de exclusão sempre me foi muito perturbador.

Mas, depois de alguns anos e muitas reflexões, cheguei a uma conclusão bem simples: eu não quero me encaixar.

Não quero me sentir parte de um mundo tão cruel, onde as pessoas se acham no direito de manipular a vida umas das outras.

Não quero estar em harmonia com um mundo do qual o egoísmo e a ganância tomam conta; onde não há mais respeito, consideração, humildade ou altruísmo.

Não desejo fazer parte de uma paisagem manchada pela soberba, pela futilidade, movida a aparências.

Não quero sentir-me confortável em meio a tanta injustiça e impunidade.

Não pretendo me conformar com a hipocrisia, os insultos nas entrelinhas e a demagogia.

Não quero, simplesmente, compactuar com tanta perversidade. Não quero, portanto, ser mais uma. Não quero, por fim, ser igual a nada nem a ninguém.

Hoje, ser diferente e distante de tudo isso me agrada. E ponto final.


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