Precisamos de ciclovias, sim. Mas, antes, de consciência!


Hoje, quase me envolvi num acidente de trânsito. Até aí, tudo normal, eu sei. Mas, este caso tem uma peculiaridade que eu gostaria de compartilhar e comentar aqui.

Eu trafegava pela Avenida Araucária, na Vila A, por volta das 15h, quando, de repente, um grupo de aproximadamente 30 ciclistas que vinham na pista contrária resolveu fazer o retorno e invadiu bruscamente a pista onde eu estava.
Tive de frear com tudo, até o ponto de parar o carro, para evitar um atropelamento em massa ali. Eles vinham a tanta velocidade que, mesmo após eu estar completamente parada, alguns ainda tinham dificuldade em desviar do meu carro.
Se (Deus me livre) eu não tivesse conseguido parar a tempo, teria acontecido um acidente muito grave. Tenho certeza de que várias pessoas — eu, inclusive — sairiam muito feridas, para dizer o mínimo.
Estou contando essa história aqui porque, esta semana mesmo, falávamos do que falta em Foz do Iguaçu e uma das reivindicações foram as ciclovias.
Eu concordo plenamente que Foz do Iguaçu precisa urgentemente de ciclovias, assim como de muitas outras coisas. Mas, quero falar aqui do outro lado: será que o fato de a cidade não ter os espaços reservados especificamente aos ciclistas lhes dá o direito de andar por aí feito desvairados?
Porque, numa situação dessas, supondo que de fato eu tivesse batido o carro contra eles, quem vocês acham que sairia como culpado nessa história? Eles, que foram extremamente imprudentes e atravessaram com tudo bem na minha frente, ou eu, que trafegava certinho? Vamos ser sinceros e analisar com realismo a situação.
A resposta é simples: eu, pelo simples fato de estar conduzindo um carro, seria crucificada pelo que acontecesse ali. Afirmo isso sem nenhum medo de estar sendo exagerada. Situações como esta acontecem todos os dias. Em alguns casos, o motorista não consegue evitar o acidente. E depois a vida dele vira um inferno.
Antes que comecem a me acusar de “nazismo”, quero deixar claro que estou pontuando uma situação, e não generalizando. Peço desculpas pelo desabafo um tanto ácido, mas esse tipo de coisa me indigna muito. Porque o pensamento geral é sempre o mesmo: a culpa é do motorista. Como se a gente tivesse o poder de fazer milagre.
Ocorre que a palavra “acidente” é, a meu ver, até muito branda. Afinal, se ocorre uma colisão, um dos dois errou. Um dos dois agiu com uma das famosas palavrinhas: negligência, imprudência ou imperícia.
Mas, aonde quero chegar com isso?
Quero frisar que motoristas, motociclistas, ciclistas e também pedestres têm, todos, responsabilidade pelo trânsito. Porque enquanto imperar a prática da imprudência, do desrespeito às leis de trânsito, da falta de cuidado, não há ciclovia, viaduto, passarela ou faixa de pedestres que dê jeito na situação.
Motoristas têm de respeitar a faixa de pedestres? Sim, sempre! Por outro lado, os pedestres devem, invariavelmente, atravessar pela faixa!
A cidade precisa ser melhor sinalizada? Sim, precisa. Mas de nada adianta placa, tartaruga, pintura no asfalto, lombada e nem mesmo semáforo, se não respeitarmos o sinal vermelho ou a preferencial dos outros.
E por aí poderia seguir uma infinita lista de exemplos.
Vou encerrando por aqui, até porque já me estendi demais. Mas, para encerrar o assunto, quero deixar claro que defendo veementemente a construção de ciclovias na cidade. Porém, também acho que, antes de tudo, precisamos ter consciência e prudência no trânsito. Só assim as mudanças para melhor poderão, de fato, acontecer.

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3 pensamentos em “Precisamos de ciclovias, sim. Mas, antes, de consciência!

  • José Rodolfo

    Olá, Mayara!

    Ótimo post. Concordo totalmente com a sua opinião. Infelizmente se houvesse acidente, vc seria a culpada.

    Aqui em sp, estão implantando as ciclofaixas e ciclovias. Peguei uma matéria (sou jornalista também) no qual um rapaz morreu atropelado em uma avenida que deveria ter ciclofaixas e ciclovias no local. A história poderia ter sido diferente.