Porque é muito mais fácil criar um personagem e representá-lo até o fim. É mais fácil seguir uma linha. “Ser” facilmente descritível. “Ser” constante. É mais fácil mascarar-se de um sorriso, ainda que falso, que expor nossas dores eventualmente.
É mais fácil parecer um boneco pré-concebido. Porque ninguém questiona o comum. É muito mais fácil “ser” politicamente correto. “Ser” descolado. “Ser” um exemplo de moral. É mais fácil e mais cômodo parecer um monte de coisas que não se é de fato, para ser aceito – ou até mesmo admirado.
Difícil mesmo é ser humano. Traduzindo: ser imperfeito. Cometer erros. Assumir os erros. Admitir que sofre, que guarda rancor, que se é egoísta.
Difícil, mas difícil mesmo, é confessar uma falha. É pedir ajuda. Voltar atrás. Ouvir críticas. Expor que mudou de opinião. Engolir o orgulho. Chorar sem medo de ser julgado.
É fácil ser o que os outros esperam. Difícil é ser autêntico, sustentar as próprias opiniões e as próprias decisões. Carregar o peso de não se encaixar nos padrões.