Calma, gente, não quero ninguém cortando os pulsos ainda.

Só vim desabafar as minhas próprias amarguras em relação ao mês de dezembro.

Sim, é o mês do meu aniversário, e talvez justamente por isso tenha um peso a mais para mim. Fazer aniversário já não é mais tão divertido como quando eu era criança e contava os dias para o meu Bday. Aliás, acho que nunca foi, porque fazer aniversário no dia 28 de dezembro sempre foi sinônimo de não poder fazer festinha porque os amigos viajavam entre Natal e Ano Novo, coisa e tal. E alguns, com tudo isso, nem se lembravam também.

Ao menos hoje em dia, graças ao Facebook e outras mídias sociais, as pessoas são praticamente obrigadas a lembrar do nosso aniversário, e pelo menos um parabéns virtual a gente sempre recebe. Mas eu não posso me queixar tanto, porque todo ano tenho amigos presentes ao menos para tomar um chopp – obrigada, gente!

Mas, quando a gente é “adulto”, completar mais um ano de vida parece mais um castigo que um motivo pra comemorar. É como se a nova idade acrescentasse uns quilinhos (ou toneladas?) a mais no peso que a gente carrega sobre os ombros. O dito peso da responsabilidade. Certas coisas são cada vez menos toleráveis conforme envelhecemos. “Você é um adulto agora, aja como tal”, sussurra uma voz no nosso ouvido.

Cada vez se espera mais de nós. Mais responsabilidade, maturidade, coerência. Estamos rodeados de expectativas e julgamentos que recaem sobre nós a cada ano que passa. E simplesmente porque, como diria Cazuza, “o tempo não para”.

Some-se a isso o fato de que eu não gosto de Natal, e que todo 31 de dezembro é cheio das tais promessas de Ano Novo – as quais nunca cumprimos, verdade seja dita – e você tem a receita ideal de uma depressão de final de ano. Ou talvez seja só a minha crise dos 30 anos chegando bem adiantada.