Saudosismo


Reverenciar o passado sem ter medo do futuro… É possível?

O saudosismo, sempre carregado de certa dose de melancolia, traz consigo uma beleza tão sublime quanto a dos amores platônicos. Pois tudo aquilo que não podemos tocar – por estar distante de nós, no tempo ou no espaço – parece sempre mais encantador que as coisas palpáveis.

E, de repente, tudo que é impossível viver (ou reviver) nos inspira encantamento. Talvez justamente por essa virtualidade, músicas, filmes e amores antigos mantêm-se quase como relíquias em nossas lembranças.

Memórias são como fotografias: gostamos de adorná-las com uma bela moldura e não perdemos uma oportunidade sequer de deixá-las à mostra, como indicativos essenciais de quem – e por que – somos. E sempre que possível resgatamos estes elementos para embasar nossas teorias de que no passado tudo era melhor.

E essa supervalorização (talvez justificada) do que já não tem mais volta nos proporciona, ao mesmo tempo, tristeza – pela falta – e satisfação, por ter tido a experiência de vivenciar momentos dignos de tamanho apego.

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