“Escrevo, logo existo”.
A frase, que consta na minha bio ao lado, pode até parecer hiperbólica, mas, traduz com precisão a importância que esta atividade tem para mim.
Muito antes de ser jornalista, muito antes de ser blogueira, desde que eu era criança e consegui desenhar minhas primeiras letras, escrever se tornou quase uma compulsão.
Escrevia bilhetes, cartas, diários, histórias e tudo mais o que a imaginação permitisse.
Eu cresci, conheci novos meios, as plataformas se modernizaram, e a mania continuava lá.
Talvez muita gente não entenda essa necessidade que alguns loucos (como eu) têm de sair esparramando textos por aí.
Tudo bem.
O grande prazer da escrita não está em ser lido. Está no próprio processo de tentar traduzir pensamentos e emoções em forma de texto. É transcender da mente para o mundo exterior. É escolher um recorte do que somos e dar-lhe forma, letra por letra. Frase por frase.
Mas, ainda que seja uma atividade prazerosa, também tem seu ônus.
Escrever requer coragem. É preciso botar o dedo em algumas feridas, abrir mão de alguns orgulhos e expor um pouco do que é sua essência.
Ainda que não intencionalmente, o texto sempre revela um pouco de nossa alma. Seja nas coisas sutis, como na escolha das palavras, seja no rompante de tentar mudar o mundo em algumas linhas.
A escrita, ao mesmo tempo em que alivia, machuca. Escrever é, ao mesmo tempo, a doença e o remédio.
A gente nunca sai ileso de um texto. Nunca mais somos os mesmos, após cada rascunho, após cada publicação.
Cada texto é como um capítulo da nossa história. Algo que foi dito, algo que foi suprimido, a vida sendo editada.