Há vagas.


_ Com licença, moça, este abraço está ocupado?
_ Não, não. Está livre.
_ Você se importa se eu o pegar?
_ Na verdade, não. Fique à vontade.
_ Muito obrigado!
_ Por nada.

_ Olá, sou eu novamente.
_ Olá!
_ Eu estava aqui pensando… sem querer ser abusado, mas, permita-me fazer um comentário… ou melhor, uma pergunta… bem, acho que é um pouco dos dois.
_ Diga…
_ Como é possível um abraço tão bom, tão aconchegante e sincero, estar desocupado?
_ Ahn… é… bem… obrigada… eu acho.
_ Falo sério.
_ Ahh… você sabe como é, né… 
_ Desculpe a indiscrição, mas, ele está sem uso há muito tempo?
_ Já tem um bom tempo, sim.
_ Hummm… será que posso considerar isso um indício?
_ Indício?
_ É… de que talvez seu coração esteja vago também…?
_ Aaahhh… Esta é uma questão bem mais complicada.
_ Eu imagino…
_ Mas, de maneira genérica, eu diria que não tem ocupante titular, digamos assim…
_ Bom saber! Bem, não quero te deixar sem graça. Obrigada por ter me cedido o abraço, eu realmente estava precisando.
_ Não há de quê. Sempre que precisar.
_ Sempre?
_ Sim…
_ É… Eu acho que esta conversa vai se prolongar. Posso me sentar aqui?

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