Ela é toda prosa. Vez ou outra, poesia.
Transita do lirismo ao drama com a maior naturalidade.
Também pode ser hiperbólica e eufêmica numa mesma frase; uma antítese por excelência.
Usa discurso direto, mas, se preciso, passeia pelas entrelinhas. Apoia-se nas metáforas e caminha sobre ironias.
Sua linguagem é majoritariamente coloquial, cheia de jargões.
Ela não é fácil de ler… ah, não é, não.
Conhecimentos gramaticais por vezes não bastam para decifrar suas mensagens. É preciso um pouco mais de perspicácia para desvendar o que ela não expressa verbalmente.
Porque ela é mestre em escolher cuidadosamente o que não dizer. E traduções literais não são capazes de interpretá-la.
Ela é complexa. E desconexa. De enlouquecer qualquer leitor.
Pode ser cansativo tentar compreendê-la. Pois é frequentemente incoerente. Constantemente sem coesão.
Ora rima, ora não.
Ora se expõe em longas sentenças. Ora é mais uma página em branco.
Estilo único, não tem. E… ser linear, para quê?
Você pode achar que ela é um conto de ficção. Ou uma crônica do Veríssimo. Talvez até deduza que seja um romance. Mas, vai acabar percebendo que não é possível classificá-la num único gênero.
Porque, de fato, ela é indecifrável.
Amei