Hoje eu tive vontade de te escrever. Saber como você está. Perguntar da família, do trabalho, do cachorro.
Puxar papo sobre aquelas amenidades sobre as quais passávamos horas conversando. Te contar que tua banda preferida vem ao Brasil.
Te falar dos lugares bacanas que eu conheci e que acho que você iria adorar.

Hoje, me bateu essa vontade inocente de te escrever, da mesma forma que escrevemos para velhos amigos que não vemos há um bom tempo.

Porém, me contive a tempo, pois me dei conta de que poderia não ser uma boa ideia.
Porque talvez você não receberia minha mensagem numa boa.
Talvez, você ainda tenha ressentimentos, ou simplesmente não esteja interessado em ter contato – e nem saber das minhas novidades.

Mas, tudo bem. Eu deixei para lá a ideia de te escrever.
E isso não é o mais importante.
O mais importante é que, pela primeira vez, eu lembrei de você sem dor, sem um aperto no peito, sem mágoas, sem aquela sensação de ferida mal curada.
Pela primeira vez, eu pensei em você e senti paz. E acho que isso é o suficiente.
Desta vez, não vou te escrever. Mas, quem sabe um dia.