Eu fiquei algumas horas olhando para a tela até conseguir escrever. E percebi que isso é muito mais comum do que eu gostaria. Há quem diga que é só bloqueio criativo – o que também acontece bastante -, mas hoje especialmente eu sei que é um daqueles episódios paralisantes de ansiedade.
Para muita gente, a ansiedade ataca a partir de algum gatilho. Isso também acontece comigo. Mas não necessariamente. Há dias em que ela chega sem avisar e sem motivo – ou, pelo menos, sem motivo aparente.
E essa é a grande dificuldade das pessoas ansiosas: tentar explicar o porquê de estarem ansiosas. Às vezes, nem a gente sabe. Mas, continuamos tentando ser funcionais, cumprir nossos afazeres, trabalhar, seguir a vida. Mas, tem dias em que é muito difícil. Muito.
Você não consegue se concentrar em nada, a respiração fica ofegante, os braços adormecem, aquela sensação de uma bola no estômago continua ali tirando seu apetite, e tudo isso é invisível para quem está de fora.
Estar ansioso por algo que em breve irá acontecer (ou que pode acontecer) é muito diferente de ser uma pessoa ansiosa. A expectativa momentânea é uma coisa – e, em alguns casos, pode ser até boa. A ansiedade crônica é outra.
É um sentimento horrível saber que o mundo está ali te cobrando providências, trabalhos, atitudes, entregas, prazos, e você está sentado paralisado, se sentindo preso no seu próprio corpo sem conseguir reagir, sem ter forças para sair do lugar.
E quanto mais você pensa, mais se cobra, e mais difícil fica.
Eu não tenho uma fórmula para sair disso, e o que eu gostaria de escrever hoje não era sobre isso. Mas, foi o que a ansiedade me permitiu. Ou exigiu.