Lembro-me que, numa aula da pós-graduação no ano passado, o professor falava sobre a atividade do jornalista. Sobre o quanto é essencial não nos limitarmos, apenas, a cumprir a pauta nossa de cada dia, mas buscar fazer a diferença com o nosso trabalho, ou seja, fazer coisas que “alimentem a nossa alma”.

Por algum motivo que desconheço — mas que também não faz tanta diferença agora — essa expressão ficou martelando na minha cabeça e me peguei refletindo sobre o assunto.

O que é a vida, afinal, senão uma eterna busca por alimentar a nossa alma? Questões espirituais à parte, é a sensação de termos, de fato, algo que nos diferencia dos demais animais. É por isso que precisamos sempre dessa impressão de que a vida faz sentido.

No fim das contas, é por isso, e nada mais, que precisamos tanto de coisas que nos deem prazer, que nos proporcionem a sensação de plenitude.

Por isso, procuramos sempre nos cercar de pessoas que nos fazem bem, que aumentam nosso astral. É por isso que precisamos das artes, das cores, das sensações, das experiências que nos tiram o fôlego.

É para saciar a sede da nossa alma que buscamos, aqui e ali, aprender coisas novas, fazer descobertas, incrementar um pouco a vida.

No fim das contas, nossa felicidade é medida pelo quanto nossa alma se sente “saciada”. Concluo que, portanto, o vazio existencial que por vezes nos assombra nada mais é que uma alma faminta.