Nutro certa predileção pelos meus amores platônicos. Há qualquer coisa de sublime nessas histórias que só acontecem no terreno fértil da imaginação.
No plano do intangível, tudo é possível. Nele, vivo enredos intensos, cheios de emoções, reviravoltas, improbabilidades.
Ao som de Queen – Love of my life |
Meus amores platônicos são perfeitos. Contêm a dose exata de alegria, de surpresa, de turbulências, de uma pitadinha de inquietação para despistar a rotina.
Mas, a melhor parte desses devaneios é que, neles, a dor também é virtual. Nas minhas paixões silenciosas e unilaterais, as decepções não existem. Toda e qualquer tristeza me encontra, ali, inatingível, intocável.
O grande encanto é justamente a grande maldição que permeia esses amores: o fato de que tudo é tão belo quanto irreal.
Obs: Estes amores não passam de ficção e qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.