Sobre amores, memórias e outras coisas


Relembrar um amor do passado é como passar em frente a uma casa onde você já morou. Por mais que restem boas memórias, sabemos que nossa vida não mais se encaixa ali.

A paisagem mudou, a fachada mudou, nossos novos móveis não cabem mais ali. Aos poucos, também vamos esquecendo os detalhes. Depois de um tempo, não nos lembramos mais exatamente qual era o CEP, e nem qual era mesmo a cor daquela cortina da sala.

Nossas memórias – sejam sobre amores antigos ou sobre a casa onde moramos na infância – são como as fotografias. Guardam importantes registros do passado, mas também se esmaecem com o tempo.

O importante é preservar o que ficou de bom: as histórias felizes que vivemos naquela casa. Ou naquele amor. O resto pertence ao passado e, tal qual objetos físicos, precisa ser descartado para dar lugar ao novo.

Um novo endereço, um novo amor, um novo ciclo. Cada qual no seu lugar – no espaço e no tempo. Cada qual com seu papel. Até que tudo mude de novo.

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