O problema, definitivamente, era eu. Que era insegura demais. Carente demais. Dependente demais.
Que provavelmente era exigente demais.
Eu queria ter mais importância. Mais espaço. Mais atenção.
Queria, afinal, que você me notasse. Me quisesse. Me segurasse.
Mas eu tinha lacunas demais. Pesava demais.
Você não mais suportava.
Que provavelmente era exigente demais.
Eu queria ter mais importância. Mais espaço. Mais atenção.
Queria, afinal, que você me notasse. Me quisesse. Me segurasse.
Mas eu tinha lacunas demais. Pesava demais.
Você não mais suportava.
E eu, que sentia tanta falta, já estava sobrando.
Então eu saí.
Te libertei das minhas necessidades. Das minhas carências. Dos meus vazios.
E você finalmente pode seguir. Sem o fardo da minha presença. Sem nenhuma obrigação.
Você estava livre. Para voar. Para expandir. Para não olhar para trás.
Mas, curiosamente, você permaneceu.
Não se libertou do casulo. Não esticou as asas. Não saiu para ganhar o mundo.
Pelo contrário, você se fechou. Se isolou. Se boicotou.
Inacreditavelmente, você desmoronou. E não se reergueu.
Você, sem querer, me surpreendeu.
Porque o problema, afinal, não era eu.