No vaivém dos dias, pouco tempo sobra para refletir sobre a vida, ou desenvolver pensamentos mais elaborados sobre temas complexos. A correria se apossa da nossa cabeça, tentando lembrar de todas as contas a pagar, da lista do supermercado e do aniversário da tia-avó.
Mas, é naqueles breves intervalos, como na fila do banco ou esperando o farol abrir para atravessar a rua, que as ideias disparam em diversas direções. Inconsequentes, os pensamentos correm soltos no espaço e no tempo.
Pouco importa se o elevador está lotado, se o trânsito está parado. Os devaneios desconhecem as Leis da Física. E quando você se dá conta eles já correram de volta até aquela praça do primeiro beijo. E em seguida já estão voando até um evento importante que ainda está por vir.
Assim são os pensamentos: ao contrário de nossas vidas, livres e displicentes.
E nada se pode fazer quanto a essa libertinagem. Não podemos prender esses loucos desvairados. Muito menos tentar organizá-los.
No máximo, nos resta rascunhar sobre eles no ponto de ônibus ou durante a pausa para o café.