A vida é como uma colcha de retalhos. Você junta um resto aqui, um pedaço ali, e vai remendando, costurando tudo da melhor forma possível, tentando – ao menos – não passar frio.
Nem sempre fica bonito. Muitas partes, a gente nem gostaria que estivessem ali, mas bota junto que é pra não ficar um buraco.
Cada retalho, porém, conta um pouco da nossa história.
Alguns pedaços são incrivelmente bonitos. Têm uma bela estampa e exibem uma vivacidade encantadora. Trazem consigo também ótimas memórias.
Outros são praticamente trapos. Desbotados, judiados, esfarrapados, até. Mas, tudo isso faz parte. E nem estes podem ser dispensados.
E a confecção não é fácil. Decidir onde vai cada pedaço; fazer os recortes adequados; persistir mesmo furando o dedo de vez em quando; ter que usar a criatividade quando acaba a linha da cor certa. Dá um trabalho danado.
Aí a gente posiciona os tecidos mais nobres na parte mais visível, e dá um jeito de colocar esses feinhos no lado em que não vai aparecer muito.
E de pedaço em pedaço, nossa grande colcha vai se formando.
Pra quem olha de fora, é apenas mais uma colcha, como outra qualquer. Olhos mais críticos podem até achá-la brega ou sem graça.
Para quem a produziu, por outro lado, é uma obra de arte, carregada de significado em cada centímetro.
Para um apaixonado por metáforas, você foi brilhante.
Para os desapaixonados também.
Belo trabalho, srta. Mayara.
Muito obrigada!! 😉
Cada retalho pode ser até mesmo feio, mas o conjunto deles tende a ser belo. Cada retalho é uma história, uma colcha é uma vida. Cada retalho é uma fotografia, eles juntos são um filme. Para uns, cada retalho é só um retalho, para quem vive, cada retalho é parte de um todo.
Nessa vida ou a gente é retalho ou é colcha. E a vida nos dá essa opção.