Fracassos


Se alguém me perguntasse quais foram os meus sucessos na vida, acho que eu nem saberia enumerar três. Fracassos, em compensação, posso passar um dia inteiro contando.

Não é que eu seja uma pessoa pessimista (talvez um pouco, mas não é esse o ponto), mas eu definitivamente sou uma pessoa que quebra a cara.

E, a meu ver, isso tem uma explicação: eu tento.

Ok, pode haver várias outras explicações: eu me arrisco em coisas para as quais não estou suficientemente preparada; eu tenho mania de começar várias coisas ao mesmo tempo e frequentemente não consigo levar todas adiante; eu sou muito ansiosa e quero realizar as coisas logo; eu romantizo e idealizo coisas sem racionalizar algumas questões muito a fundo; e às vezes eu tenho péssimas ideias… bem, como eu disse, várias explicações.

Mas o fato é que eu não tenho medo de fracassar. Eu diria até que estou me especializando em fracassar. Coleciono fracassos em várias áreas: desde aqueles relacionamentos amorosos que nunca passaram do primeiro encontro (mas que na minha cabeça dariam super certo) até a minha malfadada carreira política que afundou antes de começar, quando, ainda no Ensino Fundamental, me candidatei a líder de sala e o único voto que obtive foi o meu próprio.

Tudo isso faz parte, e essas coisas vão me ensinando a ir com mais cautela, ou a adotar estratégias diferentes.

Mas é claro que o fato de eu, hoje, já ter aprendido algumas coisas com a vida não significa que eu nunca mais vou fracassar. Sinceramente, eu tenho convicção de que ainda vou experimentar muitos outros fracassos. E está tudo bem.

O que eu espero, de verdade, não é nunca mais fracassar, mas, sim, que eu consiga conservar a capacidade de tentar, a coragem de seguir em frente e – por último, mas não menos importante – a humildade de também voltar atrás quando for necessário. O resto é consequência.

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