Confesso que levei ligeiramente a sério tua brincadeira: “casa comigo?”. Eu ri, mas no fundo imaginei como seria.

Me perdoe: minha imaginação, ao contrário de mim, não se autocensura.

Visualizei nossa rotina. Eu com preguiça de levantar. Você acordando super cedo.

Você querendo viajar de moto. Eu querendo fazer trilha de bicicleta.

Você super entendedor de vinhos, e eu sempre comprando o mesmo malbec.

Você querendo jantar em restaurantes sofisticados, e eu com desejo de hambúrguer e pizza.

Me questionei se sua mãe iria gostar de mim – e a minha com certeza iria te adorar.

Pensei nas viagens de férias e já me preocupei sobre quem cuidaria dos cachorros.

Calculei há quanto tempo a gente se conhece e até imaginei como a gente contaria nossa história – e nos casaríamos em Vegas, é claro.

Você deve achar que sou louca, mas cheguei a visualizar como seriam nossas brigas.E as reconciliações, principalmente.

Depois de tanto tempo, de tantas conversas, de tanta história, seria impossível não imaginar.

Eu resisti muitas vezes às suas investidas, e tantas outras eu resolvi tentar.

Nosso timing sempre foi péssimo, mas no fundo sempre pareceu que uma hora as coisas iam se encaixar.

Não fossem tantas idas e vindas, se numa dessas a gente conseguisse estar no mesmo espaço-tempo, acredito que, sim, eu poderia me casar com você.