A gente pode até tentar fugir, se esconder, se inebriar para esquecer momentaneamente os problemas; a gente pode fingir que tá tudo bem, se entregar aos prazeres mundanos, se entupir de carboidrato. A gente pode tentar amortecer nossas dores com analgésicos ou nos entregando a pequenos impulsos capitalistas. Vale tudo pra tentar aplacar a dor e a tristeza.
Mas, mais cedo ou mais tarde, temos que parar de fugir e de fingir, e encarar a vida de frente. Não há esconderijo para o que está dentro de nós. Não há sedativo que dure para sempre, nem sorriso forçado que se sustente.
Às vezes, o jeito é admitir que a estrutura ruiu, e tentar recomeçar, tijolo por tijolo; há que se desinfetar as feridas e esperar que cicatrizem. E, depois, ir à luta de novo.
Todo dia é uma nova batalha, mas é também uma nova chance. Enquanto ainda respirarmos, nada estará perdido. A força de que precisamos pode brotar de onde a gente menos espera, e aquilo que doeu um dia, logo fará parte do passado.
E a vida real, que às vezes nos derruba, é a mesma que nos levanta.
As derrotas são o tempero da vitória. Sem elas não saberíamos apreciar nossas conquistas. A vida é dura, por vezes cruel. Mas também é bela e cheia de possibilidades.