Calma


Sem querer, você me deu a resposta. Vai com calma. Vamos com calma.

Calma.

Essa palavra que não faz parte do meu vocabulário emocional.

Não sei dizer se algum dia na vida estive calma.

Em meu peito, os sentimentos são sempre devastadores como um furacão.

Em minha mente, os pensamentos aceleram como a Mercedes do Hamilton.

Calma.

Parece até piada.

Mas, sei que essa minha urgência realmente só complica tudo.

Então, me afasto.

Reflito. Racionalizo.

Calma.

Eu não sei ter calma. Não sei nem por onde começar.

Me vejo na letra de Belchior: “meu coração selvagem tem essa pressa de viver”.

É isso.

Eu tenho pressa.

Minha ansiedade não comporta o ritmo das coisas. Elas são o que são, eu sei.

Mas, saber e ter controle são coisas bem diferentes.

Calma.

Não posso ser. Não posso estar.

Mas, aprendi que o segredo às vezes é fingir.

E esperar.

Se não, calmamente, ao menos disciplinadamente.

Sorrio.

Vamos com calma.

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