Cartas que não enviei – I


Oi, vó. Eu sei que faz tempo que você se foi. Mas eu tenho sentido demais a sua falta.

Eu tenho me sentido tão perdida e tão sozinha, que somente o seu colo e o seu cafuné me acalmariam.

Eu me lembro de quando eu era criança, quando tudo dava errado, você era meu refúgio. Era para você que eu corria para me acalmar e me consolar.

E agora eu não tenho mais para onde ir.

Às vezes, eu me pergunto se você está me vendo daí onde você está. Às vezes, eu me questiono se você ainda amaria a pessoa que eu me tornei. Porque, sabe, acho que eu perdi a referência.

Eu tento tanto, mas tanto, fazer as coisas certas, mas às vezes parece tão difícil, sabe? E parece que nunca é suficiente.

Eu queria tanto poder te contar sobre tudo o que está acontecendo, e sobre o quanto eu sinto a sua falta…

Mas a vida é um tanto injusta – porque, se fosse justa, você ainda estaria aqui. Pra me aconselhar, me ajudar, me amparar e me acalmar com seus bondosos olhos azuis.

Eu sinto muito a sua falta, vó. Todos os dias.

A vida está dura, mas eu me lembro sempre dos seus ensinamentos, das suas palavras, da sua bondade.

Eu amo você. Para sempre.


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