Ela passou por uma crise de inspiração. “Onde foi parar?”, pensava. E, por ser movida pela inspiração, começou a sentir-se perdida, sem direção.
Procurou nos livros, nos filmes, nas músicas preferidas, nas pessoas mais próximas.
Rendeu-se a pequenos luxos, deu-se o direito de cometer excessos, comprou só por consumismo.
Mas a sensação de vazio permanecia. Sem razão aparente.
Nada das coisas mundanas preenchia aquela espécie de solidão.
Foi então que ela compreendeu: a inspiração estava — e só pode estar e tem que estar — em si mesma.