Profissionais despreparados


Tenho observado, nos mais variados tipos de empresas, uma característica muito marcante: a presença maciça de profissionais despreparados.

Não sou estudiosa no assunto, nem li livros teóricos a respeito, opino aqui única e exclusivamente na condição de consumidora de produtos e serviços.

Ontem mesmo, passei por uma situação que ilustra muito bem o que digo. Lembrei, já lá pelas 20h, de um medicamento que precisava comprar, e não tivera tempo de ir à farmácia durante o dia. Fui, então, a um estabelecimento localizado na Avenida Brasil – o principal ponto comercial da cidade, por onde circulam, inclusive, muitos turistas.

No que entrei, a senhora do caixa estava ao telefone. Eu passei por ela, fui até o balcão dos fundos, onde um senhor assistia a um jogo de futebol pela televisão. Pedi o medicamento que queria, ele me alcançou. Perguntei o preço, e ele, sem desgrudar os olhos da tevê e claramente sem o menor interesse de me dar atenção, respondeu: “a moça do caixa vê pra você”.

Ok, peguei a caixinha e fui ao caixa. A senhora que atendia lá ainda estava ao telefone, e claramente fofocando com alguma amiga, parenta ou sabe-se lá quem. Como se eu simplesmente não existisse, ela continuou batendo-papo, sem sequer olhar para a minha cara – nem deve saber dizer se foi uma pessoa ou uma capivara de salto alto que passou por ali.

Registrou o medicamento – usando apenas uma das mãos – e nem se dignou a me dizer o preço. Eu tive que olhar no monitor do computador para saber. Saquei o dinheiro da carteira, entreguei para ela, que, com o maior desprezo possível, me devolveu as moedas e sequer se deu ao trabalho de dizer aquele falso, porém convencional, “obrigada”.

Usei isso como exemplo pois realmente me impressionou. As duas pessoas que trabalhavam ali claramente não estavam nem um pouco interessadas em atender bem ao cliente. Fizeram apenas o mínimo, com a maior má vontade, como se estivessem me fazendo um favor, ou pior, como se estivessem sendo torturadas para aquilo. Certamente, esse tipo de gente, depois que o comércio “afunda”, fica reclamando da vida.

Mas esse é um caso. Dia após dia, tenho me deparado com gente que não tem o menor traquejo para o ambiente de trabalho. Seja no trato para com o público ou com os próprios colegas de trabalho mesmo, tem pessoas que, sinceramente, não sei por que não ficam em casa.

Prestatividade: isso ainda existe hoje em dia?

Não significa que todo mundo tenha que estar todos os dias sorrindo e cantarolando, não. Todos nós temos nossos dias ruins. Porém, acho que, no ambiente de trabalho, o mínimo que se espera é um pouco de boa vontade, de dedicação, de zelo para com a atividade que, afinal, provê o seu sustento.

Ser solícito, educado e gentil não faz mal a ninguém. Manter o ambiente e os materiais de trabalho organizados, compartilhar as informações pertinentes e dedicar-se ao bom andamento do trabalho como um todo, menos ainda.
Pelo contrário: o mundo seria bem melhor se as pessoas se esforçassem um pouquinho mais. E isso vale para todo mundo, independentemente de cargo ou posição social.

E, para mim, o ambiente de trabalho é só um reflexo do que as pessoas são na vida pessoal também. Ou seja, provavelmente são mal educadas assim também nas demais situações do dia-a-dia. Mas isso é conversa pra outro post.


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2 pensamentos em “Profissionais despreparados

  • Abilene Rodrigues

    Olhe, esse tipo de profissional tem em vários estabelecimentos na city. Passei por um constrangimento um pouco diferente dia desses.
    Cheguei a pé a uma loja chique. Tinha deixado meu carro estacionado na rua ao lado, pois tinha descido apenas para pagar minha conta do celular.
    Quando entrei, a vendedora mal olhou na minha cara. Não me mostrou nada. Perguntei os preços de umas peças de roupa e pedi para deixar separadas que iria buscar minha carteira.
    Minutos depois, estacionei o carro em frente da loja. Desta vez, um outro comportamento. Com um largo sorriso no rosto, quase abriu a porta do carro para eu descer.