Hoje vi uma notícia em um site que me fez voltar um ano e oito meses no tempo e me perguntar, novamente, por quê.
E pensar em tudo que aconteceu me doeu demais. Doeu tudo de novo.
Cheguei à conclusão de que algumas feridas jamais cicatrizam. Por isso, jamais devem ser cutucadas.
Por mais que, no final, tudo tenha dado certo, aquele episódio ainda lateja na minha cabeça.
Aqueles sentimentos de indignação, impotência, tristeza e o enorme medo me assombraram de novo. Mesmo sabendo que agora está tudo bem.
Não sei se acredito em destino, não sei se isso tinha que ter acontecido. Se tinha, era porque precisávamos aprender uma lição com ele. Mas, tudo que ele deixou foi sofrimento, trauma, paranoia.
Às vezes, tudo volta à tona sem qualquer explicação. E eu sofro tudo de novo. Chego a duvidar que aquilo tenha mesmo acontecido, de tão inusitado. Às vezes, penso que é fruto da minha imaginação.
Mas as marcas estão lá, todos os dias, me mostrando que não.
E eu evito ao máximo falar no assunto. Porque as pessoas perguntam, as pessoas são curiosas, as pessoas fazem julgamentos, e às vezes eu nem tenho mesmo forças para voltar nesse assunto.
Mas é inevitável. Vez ou outra, não há mais como fingir que nada aconteceu. E eu sucumbo e volto àquela grande escuridão que senti na ocasião.
Espero que um dia eu consiga esquecer. Espero de verdade. Só acho que eu nunca vou conseguir perdoar. Não sou um ser humano tão bom assim…
Infelizmente a vida é feita também de experiências ruins, o importante é tirar o melhor que se pode dessas experiências. Perdoar é essencial, faz parte! o tempo passa rápido demais…