Eu tentei ser presente, mas você só via um futuro muito distante.
Tentei construir pontes, mas o abismo entre nós era grande demais.
Eu tentei te acompanhar, mas você tinha pressa. Não podia me esperar.
Te dei tudo, mas você queria mais. Queria ir além. A um lugar ao qual eu não pertencia.
Eu simplesmente não cabia nos seus planos.
Durante muito tempo eu insisti. Achei que, se eu mudasse, se eu me moldasse ao seu gosto, poderia ter alguma chance de permanecer.
Mas, a verdade é que eu nunca deveria ter vindo. Foi uma batalha inútil. Inútil, desgastante e dolorosa para ambas as partes.
Por isso, eu desisti. Provavelmente, você já tinha desistido bem antes. Nós só não soubemos ir embora na hora certa.
E esse tipo de covardia sempre faz com que tudo tenha parecido em vão. Tão sem sentido que no meio de tanto a se dizer somente seja possível sussurrar um resignado “adeus”.