As cartas que escrevi e não mandei


Hoje encontrei um velho caderno de rascunhos. E, nele, uma parte já esquecida – ou renegada – de minha história.

Encontrei poemas bobos, rabiscados numa noite de insônia qualquer.

Encontrei antigas mágoas, que só tiveram o grafite como confidente.

Encontrei páginas escritas com canetas coloridas e até desenhadas com temas alegres.

Encontrei textos quase ilegíveis e borrados pelas lágrimas que pingavam.

Encontrei letras de músicas que nunca ganharam melodia.

Encontrei frases soltas que jamais tiveram conclusão.

E encontrei, entre tantas bobagens e insignificâncias, as cartas que escrevi para você – e nunca tive coragem de mandar. Algumas, pela insegurança quanto ao que diziam. Outras, por serem verdadeiras até demais.

E esses re-encontros me fizeram ter vontade de escrever mais. Mais poemas, desabafos, confissões, letras de músicas e cartas. Cartas, estas, que também nunca vou te enviar.

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