Matemática


Eu nunca fui boa com números. Mal sei a tabuada do sete e não consigo resolver uma regra de três sem botar no papel.

Mesmo assim, fui obrigada a aprender a calcular certas coisas na vida. Não apenas para fazer os gastos caberem no meu salário – no que, confesso, ainda sou um fracasso.
Mas, também (ou principalmente?), para aprender a mensurar as possibilidades e avaliar as probabilidades.

Criei uma fórmula para zerar as frustrações, que consiste basicamente em reduzir as expectativas. Não é muito fácil, pois são muitas variáveis e quase nenhuma constante. Mas, pratico com frequência e estou ficando boa nisso.
Aprendi a dividir os bons momentos com um número maior de pessoas e, assim, passei a multiplicá-los por maior quantidade de dias e horas. O resultado é muito bom: aos poucos momentos ruins que ainda escapam eu aplico um método para anular com atitudes positivas.
Não sofro mais pelos cálculos que parecem insolúveis. Procuro ajuda, mas, se forem causa perdida, deixo para lá e me concentro naqueles que posso resolver. O percentual de sucessos está aumentando. Mas hoje aceito que nada nunca será cem por cento. E não vejo problema nisso.
As experiências gratificantes têm aumentado em progressão geométrica e consegui ligar alguns pontos numa conta que não estava fechando. Muitos símbolos que eu simplesmente ignorava passaram a fazer sentido agora, e as incógnitas das equações já não são mais um bicho de sete cabeças. Aprendi a isolar os aborrecimentos e a simplificar os problemas.
Mas, como mencionei, algarismos não são o meu forte e, apesar de ter usado todas essas metáforas matemáticas, aceitei que a vida não é uma ciência exata.
Ainda assim, sigo acreditando que a equação da felicidade pode ser resolvida mais facilmente atribuindo-se mais peso aos prós que aos contras, subtraindo os pensamentos negativos e elevando os sorrisos ao quadrado.
E, de fração em fração, vou me sentindo inteira de novo.

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