Na pia, uma taça.
No lixo, duas garrafas de vinho.
No sofá, um velho diário rabiscado.
Na vitrola, uma melodia triste dos anos 60.
No telefone, quatro chamadas perdidas.
Sobre a mesa, o jantar intocado.
Na despensa, uma mala arrumada.
Nos olhos, lágrimas incessantes.
No espelho, um discurso decorado.
No relógio, os minutos que não passam.
Na cabeça, um zunido latejante.
No coração, a certeza de que é o ponto final.