Percebi que guardo mais rancor que recibos do cartão de crédito. E, tais quais papéis desnecessários, esses sentimentos vão se acumulando ali, pesando diariamente, juntando poeira, tomando espaço de coisas mais produtivas.
Mas um dia, chega a hora de fazer uma faxina. Jogar fora tudo o que não presta mais. Pois, assim como esses pequenos papeizinhos, os sentimentos ruins também vão desbotando ao longo do tempo, até o ponto em que se torna impossível ler a impressão – e, consequentemente, se lembrar de como é que foram parar ali, afinal de contas.
Faxinas são necessárias. Na bolsa, na casa e no coração. Não há por que carregar pesos inúteis. Não há motivo para acumular lixo – seja em forma de papel ou de sentimentos.