Se eu pudesse ler a tua mente, não bisbilhotaria em teus assuntos particulares. Mas certamente exploraria cada cantinho das tuas memórias sobre nós.

Gostaria de saber o que você sentiu logo que me viu, e no nosso primeiro beijo, e no segundo, e no terceiro…

E ia querer descobrir como foi a nossa história do teu ponto de vista. Se ela foi tão incrível quanto foi do lado de cá.

Se eu pudesse adentrar teus pensamentos, procuraria cada vestígio sobre mim, principalmente aquelas lembranças que você nunca dividiu com ninguém.

E, talvez, movida por uma curiosidade indiscreta, tentasse reviver alguns daqueles momentos em que o mundo ao redor parecia desaparecer e só existíamos nós e as quatro paredes.

Se eu pudesse ler a tua mente, procuraria a caixinha dos planos para o futuro, só para saber se eu estava lá. E também espiaria um pouco como andam tuas impressões sobre o assunto agora, depois de tanto tempo.

Concordo que, talvez, se fosse possível a gente saber dos pensamentos alheios assim, nesse nível de detalhe, as relações não seriam tão especiais, já que a delícia reside justamente nas surpresas e descobertas.

Mas, ah… se eu pudesse ler a tua mente, só por um instantinho, eu não resistiria.

Eu leria, sim, admito.

Só para saber se, por um acaso, eu ainda habito teus pensamentos, como você ainda habita os meus.