Texto: Patrícia Librenz
Eu e essa minha bendita mania de viver na primavera… mesmo não acreditando em mais nada. Desculpe decepcionar, mas eu fracassei.
Comecei fracassando na tentativa de não deixar ninguém entrar na minha vida neste ano; eu queria só me divertir, mas o desejo não perdoou…
Depois fracassei na tentativa de não me apaixonar; a paixão chegou irredutível, ela tinha o riso fácil e um papo bom, e causou o maior estrago no meu coração…
Fracassei novamente ao tentar me afastar, inúmeras vezes, desse sentimento que me domina, todas sem sucesso… Todas!
Longe de tudo isso, eu me senti uma fortaleza… viajei sozinha, pensei cá com meus botões, consegui ver tudo de forma clara e lógica. Racionalizei meus sentimentos e retornei mais forte.
Bastou sentir novamente o calor da presença, bastou eu sentir aquele cheiro, que minha fortaleza desmoronou, como o Muro de Berlim. Perto do amor, eu sou fraca. Perto do amor, eu sou nada.
Sentimentos, desejos, aspirações, sonhos, frustrações, decepções, dúvidas, perdão, lágrimas. Tudo isso é como um emaranhado de fios desencapados. Você pode até estar bem resolvida e convicta da sua decisão, mas quando dois fios desencapados encostam-se… o resultado é um só: faíscas! E, quando há faíscas, ficamos surdos para todas as certezas do Universo.
Neste instante, preciso olhar para mim mesma e admitir que sou um fracasso quando o assunto é tentar esquecer um amor, uma paixão, ou seja lá o que for – não quero dar nome a sentimentos. Preciso reconhecer minha fraqueza e, diante do espelho, pedir perdão a mim mesma por ser tão volúvel e sensível às coisas que o coração fala.
Então, Patrícia, perdoe-me por fracassar novamente. Perdoe-me por “faiscar” ao lado do amor. Sim, eu sei… ao lado do amor, eu realmente sou péssima em ser forte!