Dezembro é uma época que sempre me traz muitas reflexões. Sobre as coisas que passaram, sobre o que poderia ter sido e não foi, sobre o que fazer daqui pra frente. E, inevitavelmente, sobre tudo o que ficou pra trás.
Quando eu olho em retrospecto, percebo que minha vida se resume a uma grande sucessão de coisas deixadas pra trás.
Eu deixei pra trás sonhos, coisas, casas, amores. Planos, desejos, vaidades e dores.
Procurei me desapegar de tudo o que me pesava nos ombros, de tudo o que era difícil demais de carregar.
Às vezes, tenho a sensação de ter perdido, também, algo importante no caminho. Mas, mesmo assim, eu sinto a necessidade de continuar assim, leve, sem amarras, sem nada que me prenda.
Eu não sei exatamente para onde vou agora, mas sei muito bem o que quero – e principalmente o que não quero – levar comigo.