Demora, a gente sofre, chora, se martiriza. Mas a gente aprende.
A gente aprende que, muitas vezes, não basta ter boa intenção. Também é preciso ter um pouco de malandragem.
A gente aprende que, no fim das contas, nossas dores são só nossas mesmo, e que tá tudo bem chorar quando está insuportável.
A gente aprende que solidão não se trata de falta de companhia, mas, sim, da ausência de pessoas que se importem verdadeiramente com a gente, que estejam dispostas a nos ouvir sem nos julgar.
A gente aprende que laços sanguíneos não necessariamente significam alguma coisa. E que os outros tipos de laços sociais também não.
A gente aprende a viver tendo nossos sonhos mutilados, nossas esperanças sufocadas, e nosso brilho nos olhos esmaecido.
A gente descobre que nenhum dia é igual ao outro, mas tudo sempre pode piorar sim.
A gente aprende que otimismo é ótimo mas não paga as contas.
A gente se depara com a maldade do mundo, e é obrigado a aceitar que nem tudo tem um porquê. Às vezes é só o que tem pra hoje mesmo.
A gente aprende, também, a esconder nossos sentimentos, em busca de um ideal robotizado que não se deixa levar pela emoção.
E, por fim, a gente aprende que não adianta, também, se guiar pela razão, porque, bem, a gente nunca aprendeu o suficiente.