Em meio à correria do dia a dia, das milhões de preocupações que assolam meus pensamentos, do sem-fim de providências a serem tomadas, da avalanche de trabalho a ser cumprido…
eu continuo à espera.
Dia após dia, assoberbada pelo relógio-ponto, castigada pelos compromissos que se acumulam, massacrada pelo cansaço…
eu continuo à espera.
De domingo a domingo, sufocada pela ansiedade, dominada pela tristeza, sequestrada pelo cansaço…
eu continuo à espera.
À espera de um dia em que eu me sinta leve e confiante; de uma oportunidade em que eu consiga me livrar desse peso sobre os meus ombros.
Eu continuo à espera…
À espera de um milagre, de um golpe de sorte, do alinhamento dos planetas, de uma feliz coincidência.
Eu continuo à espera…
À espera da luz no fim do túnel, do pote de ouro no fim do arco-íris, da garrafa de champagne em cima do pódio.
Eu continuo à espera…
Eu continuo à espera de um dia que nunca chega, de uma providência divina ou de um fenômeno terreno que possa, finalmente, pôr fim à minha agonia e me provar que toda a espera valeu a pena.